sexta-feira, 3 de abril de 2015

WHIPLASH, EM BUSCA DA PERFEIÇÃO


CINEMA

BOM DE VER E OUVIR



WHIPLASH, EM BUSCA DA PERFEIÇÃO






O drama norte-americano Whiplash, um filme de 2014 do diretor Damien Chazelle, que também assina o roteiro, conta a história do solitário Andrew Neyman (Miles Teller), um jovem baterista que sonha ser o melhor de sua geração e deixar seu nome na história da música americana, assim como o fez Buddy Rich, seu maior ídolo na bateria. Após chamar a atenção do reverenciado e impiedoso maestro de jazz Terence Fletcher (J.K.Simmons), Andrew entra para a orquestra principal do conservatório de Shaffer, a melhor escola de música dos Estados Unidos. No entanto, a relação com o exigente e abusivo maestro, que sonha descobrir uma lenda do jazz, faz Andrew transformar seu sonho em obsessão, buscando, de todas as formas, superar seus limites e alcançar um nível superior como músico, mesmo que isso coloque em risco sua saúde física e mental e seu relacionamento com os colegas, a família e a namorada. 

Embora não seja um filme sobre jazz, e sim sobre a busca da perfeição, o filme encanta os apaixonados por música, pois o cenário é basicamente o meio musical em que o músico e a orquestra de jazz atuam. 
Whiplash é o nome de uma obra de jazz com tempo não convencional (neste caso 7/8). O saxofonista, compositor e regente Hank Levy, falecido em 2001, era famoso nos circuitos de jazz por seus inúmeros clássicos "gráficos temporais". 
Justin Hurwitz é o responsável pela trilha sonora do filme, que conta especialmente  com Whiplash e Caravan, composta por Juan Tizol e gravada por Duke Ellington.

O filme, com 104 minutos de duração, foi o vencedor do Festival de Sundance, em 2014 e indicado ao Oscar de 2015.



O ator principal, Miles Teller, toca bateria desde os 15 anos de idade, mas ainda assim teve aulas especiais durante 4 horas por dia, três vezes por semana, para se preparar. Ele ficou com bolhas nas mãos devido ao estilo vigoroso, não convencional, da bateria de jazz. Um pouco de seu sangue ficou nas baquetas e no instrumento.

A interpretação intensa como o impiedoso maestro Terence Fletcher rendeu a J.K.Simmons o Globo de Ouro, o BAFTA, o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2015 e ainda o SAG, o prêmio do sindicato americano de atores. 



Fletcher, o personagem de J.K.Simmons, tem uma frase instigante: "não existem duas palavras mais danosas na língua inglesa do que 'good job' (bom trabalho)". Para ele, ser bom é ser medíocre. É preciso ser o melhor, mesmo que sua vida seja consumida nessa busca. 

Fica o convite à reflexão.


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